Talvez
você já tenha ouvido falar da diverticulose, uma doença que não
causa sintomas, mas acusa o aparecimento de pequenos inchaços, em
formato de bolsas, na parede muscular do cólon (divertículos),
especialmente onde os vasos sanguíneos entram. A diverticulose é um
problema comum que afeta homens e mulheres, e o risco aumenta com o
avançar da idade.
Mas,
afinal, o que é
diverticulite?
Explicaremos os
principais detalhes dessa condição mais complicada no texto de
hoje. Confira!
O
que é diverticulite?
Para
entender esse quadro precisamos, primeiramente, explicar o
que são divertículos.
Essas estruturas são pequenas áreas de fragilidade na parede do
intestino grosso que originam regiões de saculações (pequenas
“bolsas”), onde a passagem das fezes pode causar impacto e gerar
processos infecciosos. A essas infecções damos o nome de
diverticulite, que é o processo inflamatório agudo dos
divertículos, que normalmente se encontram na parte final do tubo
digestivo.
“A
diverticulite aguda é
um processo que vai desde uma inflamação e uma infecção leve até
quadros graves, que podem levar a choques sépticos abdominais e à
formação de abscessos intracavitários”, pontua o Dr. Hugo
Gonçalo Guedes, médico endoscopista do Hospital Águas Claras.
Sintomas
de diverticulite
O
especialista alerta que os três principais sintomas
de diverticulite
são: calafrios, febre e dor abdominal de início agudo e de forte
intensidade que normalmente acontece no lado esquerdo do abdome. “Mas
isso não é uma regra, pois a infecção pode se manifestar por dor
em toda a região. Costumo dizer que uma crise de diverticulite aguda
simula uma crise de apendicite aguda, só que do lado oposto
(esquerdo)”, complementa.
Diverticulite
é grave?
De
fato, a
diverticulite é
um quadro potencialmente
grave, visto que
causa uma infecção capaz de evoluir para a formação de abscessos,
que podem demandar internação hospitalar para drenagem ou até
mesmo cirurgia para a retirada do intestino. Já pensou? Existe ainda
o risco de morte.
Diverticulite
tem cura?
Sim,
a diverticulite tem
cura! O tratamento
pode ser feito com
o uso de antibióticos e anti-inflamatórios e, quando necessário,
como comentamos anteriormente, a drenagem dos abscessos locais ou um
tratamento cirúrgico para a retirada do segmento de intestino grosso
inflamado, que eventualmente pode ter necrosado ou perfurado.
O
tratamento da
diverticulite
avançou bastante em termos de qualidade das medicações
antibióticas e anti-inflamatórias e da diminuição das
necessidades de internação e de realização de procedimentos
invasivos. Boa parte dos casos hoje podem ser tratados com medicação
específica, sem a necessidade de internação. Quando é necessário
realizar algum procedimento de maior complexidade, algumas vezes ele
pode ser feito de forma minimamente invasiva, como a drenagem
percutânea dos abscessos ou até uma drenagem feita internamente,
por meio da colonoscopia em combinação com o ultrassom. “É uma
técnica relativamente recente, feita sem nenhum desconforto para o
paciente, que não precisa ficar com drenos na parede abdominal”,
explica o endoscopista do Hospital Águas Claras.
Como
deve ser a alimentação durante uma crise de diverticulite?
Com
relação à
alimentação,
no contexto da
diverticulite aguda,
os pacientes devem evitar o consumo de fibras e alimentos integrais,
fazer uma grande ingesta de água e líquidos em geral e priorizar
alimentos mais processados, se possível laxativos. A ideia por trás
desses cuidados é diminuir a formação de bolo fecal, pelo consumo
de alimentos com alto poder de absorção e que não geram resíduos.
Assim, há menor passagem de fezes, que poderiam traumatizar a área
inflamada e piorar o processo da diverticulite aguda.
Posteriormente
à crise, o paciente deve alterar novamente seus hábitos alimentares
e retornar para uma dieta rica em fibras, preferencialmente com uma
boa porção de cereais, alimentos integrais, frutas e vegetais.
Que
exame deve ser feito para controlar o desenvolvimento dessa doença?
“A colonoscopia tem uma
grande valia para o processo de investigação e de controle da
diverticulite e se presta fundamentalmente a entender se existe algum
fator local que causou a inflamação ou se há outro processo de
diagnóstico diferencial, por exemplo, tumores ou lesões benignas
que poderiam virar um câncer, mas que ficam mascarados pela falta de
um diagnóstico correto. Durante o próprio exame podemos retirar
tais lesões de forma a evitar desdobramentos indesejáveis”,
ressalta o médico.
Nesse
contexto, o endoscopista destaca que a colonoscopia é feita de modo
tranquilo, rápido e prático, como qualquer outra análise clínica.
“É um exame ambulatorial, que dura de 20 a 30 minutos, e, logo
depois de sua conclusão, o paciente poderá se alimentar normalmente
e ir para a casa. A colonoscopia é realizada com sedação, aplicada
por um anestesiologista, que fará o paciente dormir durante todo o
tempo do procedimento, sendo monitorado pelo endoscopista. Esse
especialista, por sua vez, fará uma avaliação de todo o intestino
grosso, com documentação por meio de imagens e a busca de
identificação dos divertículos e do possível segmento que causou
esse processo inflamatório”, salienta o Dr. Hugo.
Apesar
de o exame em si não gerar nenhum desconforto para o paciente, é
importante que haja uma preparação de véspera, que envolve a
eliminação das fezes do intestino grosso. Sobre isso, uma
curiosidade: você sabia que a mucosa do intestino grosso é capaz de
ficar tão limpa quanto a mucosa da boca? Isso facilita imensamente a
detecção de eventuais diagnósticos relacionados com a
diverticulite ou outros problemas do gênero.
O
especialista destaca ainda que a colonoscopia não deve ser feita no
contexto agudo da doença, somente deve ser realizada pelo menos seis
semanas após a cura total do processo infeccioso. “Isso se dá por
causa do risco de perfuração do intestino grosso, que está com a
mucosa inflamada, durante o exame em questão.”
Todas
as pessoas saudáveis, independentemente de histórico oncológico ou
familiar, devem realizar uma colonoscopia anual a partir dos 45 anos.
Essa é a recomendação mais recente da Sociedade Americana de
Oncologia e da US Task Force.
“Essas
instituições baixaram a idade mínima por causa da incidência de
câncer e de complicações na região em pacientes jovens. Por isso,
devemos estar sempre atentos. Aqui no Hospital Águas Claras temos as
condições adequadas para oferecer um exame de qualidade, com
tecnologia de ponta e os melhores recursos de cuidado em saúde para
os nossos pacientes”, finaliza o Dr. Hugo Gonçalo Guedes.
Para
agendar a sua consulta e o exame de colonoscopia, basta ligar para
(61) 3052-4600.