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Qual a relação entre doença renal diabética e desenvolvimento de problemas cardiovasculares?

Condição aumenta risco para AVC, infarto agudo do miocárdio e até mesmo trombose
HAC
Equipe Hospital Águas Claras - Corpo Clínico Atualizado em 08/03/2022

O Brasil está entre os países com o maior número de pessoas diabéticas no mundo. Cerca de 16 milhões de brasileiros têm resistência ao hormônio da insulina. Essa substância é responsável por controlar os níveis de glicose no sangue, transformando-a em fonte de energia. Quando esse processo não acontece e o hormônio se acumula na corrente sanguínea, ocorre o chamado diabetes mellitus. Essa concentração exagerada de insulina no sangue altera suas características e pode trazer complicações para o funcionamento de vários órgãos do corpo, em especial, os rins e o coração, podendo causar até mesmo insuficiência renal e cardiopatias (doenças cardíacas).  

O que é doença renal diabética?

O problema nos rins causado pelo diabetes é chamado pelos médicos de nefropatia diabética. Sua principal característica é a filtragem excessiva de sangue, disfunção que leva à perda de proteínas pela urina e, consequentemente, à insuficiência renal. A Dra. Núbia Vieira, diretora técnica do Hospital Brasília Unidade Águas Claras, explica que, nesse caso, os rins não conseguem filtrar o sangue, e para os quadros mais graves, há necessidade de recorrer à diálise. Nesta terapia, um processo artificial reproduz as funções para as quais o órgão doente está incapacitado.

Qual a relação entre doença renal diabética e problemas cardiovasculares?

Além de filtrar o sangue, os rins têm funções fundamentais: estimular a medula óssea a produzir glóbulos vermelhos, controlar a pressão arterial e manter o pH neutro do sangue. Dessa forma, quando há falência renal, outras áreas também são atingidas, o que caracteriza a doença renal crônica.

Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) observou, durante dez anos, a relação entre nefropatia diabética e acúmulo de colesterol. O estudo concluiu que, em pessoas diabéticas, a albumina – proteína produzida pelo fígado – está mais propensa a passar pela glicação avançada pela glicemia elevada (glicose no sangue). Essa alteração dificulta a ação do HDL, o “colesterol bom", e favorece o acúmulo do LDL, conhecido como “colesterol ruim", o que resulta em um descompasso que favorece a formação de placas de gordura nas paredes das artérias.

Sobre o assunto, a Dra. Núbia comenta: “Em publicação do Dr. Alexandre Anderson, cardiologista do Hospital Brasília Unidade Águas Claras, veiculada, em 2015, na Revista da Sociedade Americana de Hipertensão, foi verificado que o paratormônio (PTH) – hormônio frequentemente aumentado na doença renal crônica para compensar a falta de ativação da vitamina D pelo rim – está associado à hipertrofia do coração, especialmente em idosos, o que pode gerar insuficiência cardíaca e arritmias.

O que causa essa relação entre as doenças?

Com o acúmulo do LDL, pacientes com doença renal crônica podem desenvolver aterosclerose, inflamação que forma placas de gordura e cálcio na parede das artérias do coração e do cérebro, por exemplo.

Quais são os problemas cardiovasculares mais comuns decorrentes da doença renal diabética?

O resultado de uma doença renal diabética para o coração, segundo a médica, é maior risco de uma série de problemas cardiovasculares, como emergência hipertensiva, hipertrofia ventricular esquerda com insuficiência cardíaca e arritmias, infarto agudo do miocárdio. O diabetes pode afetar o sistema circulatório como um todo, não apenas o coração. Por isso, também há riscos de acidente vascular cerebral (AVC) e amputação de membros por obstruções arteriais.

Como tratar essa condição?

O diagnóstico precoce da doença renal diabética é obtido por meio do exame de urina chamado microalbuminúria. Em casos mais avançados, analisam-se os níveis de creatinina e ureia presentes no sangue. “O tratamento da doença renal visa controlar as taxas de colesterol, triglicerídeos, glicose e  manter a pressão arterial em níveis considerados normais", explica o Dr. Pedro Mendes, nefrologista do Hospital Brasília Unidade Águas Claras.   

A nefropatia diabética costuma se manifestar apenas quando o quadro já está avançado. Seus principais sintomas são:

  • cansaço;

  • enjoo;

  • inchaço por todo o corpo;

  • anemia;

  • dores no peito e dificuldade de movimentação resultantes de complicações cardíacas e cerebrais.

Mantenha as consultas médicas regulares em dia e, sempre que houver alterações, relate-as a seu médico.

O Hospital Brasília Unidade Águas Claras possui uma equipe especializada integrada por nefrologistas, endocrinologistas e cardiologistas para atendimento completo, desde o ambulatório até a internação. NA UTI Cardiológica, pacientes que apresentem complicações mais graves contam com máquina de hemodiálise capaz de realizar o procedimento de forma contínua.

Escrito por
HAC

Equipe Hospital Águas Claras

Corpo Clínico
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HAC

Equipe Hospital Águas Claras

Corpo Clínico