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Pronto-socorro e consulta ambulatorial: quando utilizar?

Entenda a diferença do atendimento oferecido por cada serviço do hospital e saiba quando procurar o tipo certo de assistência
HAC
Equipe Hospital Águas Claras - Corpo Clínico Atualizado em 23/02/2022

Entender qual o objetivo de cada um dos serviços de atendimento hospitalar e médico é o primeiro passo para saber onde buscar o cuidado com a saúde. Você sabe em quais casos utilizar o pronto-socorro, o pronto atendimento ou quando ir a uma consulta ambulatorial? A Dra. Lilian Santos, coordenadora do Pronto-socorro do Hospital Brasília Unidade Águas Claras, explica quais as características de cada um desses serviços.

Qual a diferença entre pronto-socorro e consulta ambulatorial?

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Essas duas alternativas de atendimento possuem características diferentes, por isso conhecer como cada uma delas funciona contribui para buscar a assistência médica mais adequada. 

“O pronto-socorro é o local que tem a função de prestar assistência às pessoas que têm ou não risco de morte, mas que precisam de atendimento imediato. Por esse motivo, seu funcionamento acontece 24 horas por dia, sete dias por semana", explica a Dra. Lilian.

Entre os exemplos de eventos que podem levar à busca por um pronto-socorro estão:

  • agressões por arma de fogo ou branca;
  • picadas de animais;
  • acidentes de trânsito;
  • fraturas;
  • hemorragias;
  • problemas respiratórios;
  • dor no peito de início agudo;
  • perda de consciência;
  • suspeita de AVC (mudanças na fala ou na coordenação motora);
  • dores intensas;
  • vômitos constantes;
  • quadros agudos com sintomas recentes;
  • riscos de gravidade em doença diagnosticada (febre em paciente oncológico, imunossuprimido);
  • piora dos sintomas de problemas de saúde preexistentes;
  • surgimento de novos sintomas indicados por outros profissionais em atendimentos anteriores;
  • febre alta incessante;
  • diarreia intensa com risco de desidratação.

Essas situações críticas demandam atendimento rápido e preciso.

Já os serviços de consulta ambulatorial são unidades criadas para atender a casos agudos ou crônicos, podendo ser vinculadas a hospitais ou não, mas que têm menor gravidade. Normalmente, as unidades de ambulatório funcionam dentro de um horário de serviço pré-determinado, comumente há necessidade de agendamento e a complexidade tende a ser menor. Nessas unidades, com frequência, o atendimento é realizado por um especialista.

Quando existe a modalidade de pronto atendimento no âmbito ambulatorial, é possível que haja atendimento imediato ou de encaixe. Nesses locais, a complexidade dos casos tende a ser menor, e a busca se dá pela necessidade de orientação e/ou afastamento do trabalho.

São exemplos de quadros agudos com baixa complexidade:

  • gastroenterites;
  • dengue;
  • resfriados e outros sintomas respiratórios;
  • quadros crônicos agudizados;
  • febre controlada com medicação;
  • vômitos controlados com medicação;
  • cerume do ouvido;
  • dores crônicas. 

Como funciona o fluxo de atendimento no pronto-socorro?

Uma dúvida recorrente para muitas pessoas é como funciona o atendimento em um pronto-socorro, principalmente como é feita a triagem e definida a prioridade.

Qualquer pessoa ao chegar a um pronto-socorro é encaminhada para a triagem. Lá ela é avaliada por um profissional, que vai classificar o risco e a gravidade em cada caso, seguindo um protocolo de classificação que pode ser da própria rede ou da OMS. Por meio dessa etapa, que é feita quando o paciente chega à unidade, de acordo com sinais e sintomas, verifica-se a urgência do atendimento.

A ordem desse atendimento prioriza os pacientes com risco de vida, com a ajuda de uma metodologia internacional que classifica o risco por meio de pulseiras coloridas. Entenda o significado de cada cor:

Vermelho – emergência: rápida intervenção;

Amarelo – urgência;

Verde – sem urgência;

Azul – sem urgência.

Sendo assim, as emergências são atendidas imediatamente, seguidas das urgências, e os demais casos são acolhidos por ordem de chegada.

Além dessa classificação, respeitam-se as prioridades por lei, porém, cada paciente é prioridade dentro de sua classificação de cor, e não entre todos.

Importante ressaltar que pessoas com menos de 15 e mais de 60 anos podem ter a presença de acompanhantes durante o atendimento, exceto em alguns casos, que são determinados pela equipe assistencial.

A consulta de pronto-socorro deve ser então rápida, objetiva e direcionada, ou seja, conta apenas com exames que vão contribuir para o diagnóstico clínico.

Contamos com clínicos gerais, cirurgiões, ortopedistas, ginecologistas e pediatras, as demais especialidades são acionadas conforme demanda.

Diante disso, é importante ressaltar que nem sempre o pronto-socorro consegue oferecer a mesma investigação do ambiente ambulatorial, assim como retorno e acompanhamento do quadro.

Vários exames demandam preparo, jejum e um contexto não infeccioso para sua realização.

Consulta ambulatorial: quando procurar esse serviço?

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O atendimento ambulatorial deve iniciar com uma consulta com um médico de família, generalista ou clínico geral. Essas três especialidades conseguem acolher as queixas, cuidar e rastrear possíveis comorbidades e, então, gerar um direcionamento adequado para que o paciente não busque atendimentos desnecessários.

Nessa modalidade, habitualmente, as consultas tendem a ser mais longas, amplas e com objetivo de rastreio e prevenção. Na ocasião, serão solicitados exames complementares, com o intuito de elaborar diagnósticos e determinar rastreios pertinentes a faixa etária, sexo etc.

Os pacientes atendidos nesse tipo de unidade devem ter um acompanhamento, com retornos ou não, e, a longo prazo, esse especialista pode se tornar o médico assistente do paciente, já que adquiriu um amplo conhecimento dessa pessoa.

De modo geral, as consultas ambulatoriais tendem a ser agendadas, não seguem nenhuma classificação e o paciente não recebe nenhuma medicação, caso seja necessário, ele será encaminhado ao PS.

São exemplos de enfermidades atendidas em ambulatório todas as doenças crônicas, dores de longa data, qualquer sintoma que persista por vários dias, check-up ou atendimento de rotina. Vale ressaltar que consultas de pronto-socorro não devem substituir as investigações ambulatoriais e seu acompanhamento.

Diante dessa explicação, fica a reflexão de que todo paciente que procure o pronto-socorro, mesmo com um perfil ambulatorial, será atendido, porém, sua presença poderá implicar atrasos e prejuízos ao atendimento do paciente de urgência. Portanto, ressaltamos: só busque o pronto-socorro em casos de urgência. Nas demais situações, tente marcar uma consulta ambulatorial, que será mais confortável e terá melhor desfecho.

Escrito por
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