O grupo de doenças que comprometem as vias respiratórias é chamado de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). A descompensação do quadro (quando a doença não está controlada) é uma causa importante de internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Entre as DPOCs mais frequentes estão a bronquite crônica e o enfisema pulmonar**.** Embora não tenham cura, as DPOCs podem ser tratadas para que seus sintomas não se agravem e o paciente tenha mais qualidade de vida. O acompanhamento médico regular é fundamental para diagnóstico e cuidado adequados.
Entendendo a DPOC
Como já mencionado anteriormente, é uma condição que acomete o sistema respiratório. A entrada de ar fica prejudicada pela resposta inflamatória do organismo às toxinas nocivas inaladas, o que causa a frequente sensação de falta de ar. Consequentemente, o quadro provoca cansaço excessivo quando a pessoa executa atividades diárias diversas. Nos casos mais graves, ficar de pé ou dar uma breve caminhada se torna muito difícil.
Segundo o Dr. Rubens Ribeiro, intensivista e gerente médico do Hospital Brasília Unidade Águas Claras, a doença pulmonar obstrutiva crônica leva anos para se desenvolver e progredir, em particular nas pessoas expostas aos fatores causais por longo tempo: “A patologia pode aparecer em uma fase mais precoce, quando a pessoa chega aos 40 ou 50 anos, e sua progressão é alcançada quando o doente atinge a faixa dos 60 anos", completa o especialista.
Ele alerta ainda que uma das formas principais de minimizar o desenvolvimento e até a progressão da DPOC é deixar o tabagismo, a principal causa da doença. O tratamento e o controle da bronquite crônica, do enfisema e, principalmente, das infecções respiratórias, que, muitas vezes, são a causa da descompensação dos pacientes com DPOC, são passos importantes para evitar o avanço da doença.
As principais doenças da DPOC
A maior parte dos pacientes com DPOC é acometida por bronquite crônica, que prejudica as vias respiratórias, e enfisema, que afeta o tecido pulmonar.
Bronquite crônica: provoca inflamação nos brônquios em razão da obstrução e do estreitamento das vias aéreas, além de produzir muco, que causa irritação e inflamação constantes.
Enfisema pulmonar: causa danos nos alvéolos pulmonares, tornando-os flácidos e com menor capacidade respiratória.
As causas
A grande parte dos casos de DPOC é consequência da inalação de fumaça de cigarro, que vai direto para os pulmões, portanto, um dos principais fatores de risco da doença é o tabagismo. Ele pode afetar, inclusive, os fumantes passivos, ou seja, o não fumante que convive com fumantes em ambientes fechados. Mas outros tipos de fumaça – como de fogão a lenha, poluição ambiental e substâncias tóxicas no meio ambiente – e histórico familiar podem contribuir para o desenvolvimento do quadro. Até mesmo trabalhadores no desempenho de suas atividades laborais estão expostos a esses fatores de risco.
Quais são os sintomas?
Os sintomas começam a se apresentar como cansaço ao realizar atividades do dia a dia, como subir escadas, praticar esportes, correr. E com o agravamento da doença, se torna mais complexo fazer uma simples caminhada ou até mesmo ficar em pé para tomar banho, por exemplo. Dependendo do tempo exposto ao agente causador, a DPOC se desenvolve de maneira lenta ou rápida. Há também outros sintomas: tosse seca crônica com secreção; pigarro; desconforto no peito; falta de ar e respiração ofegante. Procure a orientação de um pneumologista para um diagnóstico preciso caso perceba esses sinais.
Diagnóstico
O paciente passa por uma série de exames para avaliar seu quadro clínico, como espirometria e prova de função pulmonar, além de gasometria arterial (coleta de sangue de uma artéria ou veia) e oximetria de pulso (verificação do oxigênio no sangue). Dessa forma, é possível verificar as condições do pulmão e a gravidade da doença.
Como é o tratamento?
Apesar de as lesões da DPOC serem irreversíveis e não haver cura, é possível tratá-la para impedir seu agravamento e proporcionar melhor qualidade de vida ao paciente. Quanto mais cedo o paciente for o diagnosticado, melhores são as chances de piora do quadro.
Faz parte do tratamento a indicação do afastamento dos agentes causadores da enfermidade, como parar de fumar, cessar a exposição à poluição ou eliminar as atividades laborais em ambientes com substâncias tóxicas.
É possível prevenir?
Como 85% dos casos de DPOC são decorrentes do tabagismo, parar de fumar é a forma de prevenir a doença, assim como manter um estilo de vida mais saudável, com a inclusão de legumes, frutas e grãos na alimentação e eliminação de carnes processadas, e manter-se afastado da exposição a ambientes com fumaça, poluição e toxinas. “Outro ponto importante é manter uma rotina de acompanhamento médico regular, para que mudanças no organismo sejam percebidas logo em sua fase inicial", conclui o Dr. Rubens Ribeiro.