Responsável pelo fornecimento de oxigênio para as células e distribuição do fluxo sanguíneo para as demais partes do corpo, o coração é uma complexa estrutura formada por átrios, ventrículos, veias, artérias, válvulas, aorta, pericárdio e pelo músculo cardíaco, chamado miocárdio. Além de maus súbitos como o infarto agudo do miocárdio e demais cardiopatias, infecções virais também podem comprometer o funcionamento deste músculo.
Com a ajuda do Dr. Caio Reis, cardiologista do Hospital Brasília Unidade Águas Claras, nós vamos te explicar o que é miocardite, pericardite e quais os tratamentos disponíveis.
O que é miocardite?
O Dr. Caio explica que a miocardite caracteriza-se como uma inflamação no miocárdio e é causada principalmente por vírus, mas também pode ter outras causas, como: bactérias, toxinas (como álcool e outras drogas), distúrbios sistêmicos (como doenças tireoidianas, autoimunes e gastrointestinais), dentre outras causas.
Além disso, a miocardite tem sido relatada como consequência das formas mais graves de Covid-19.
O que a inflamação no coração pode causar?
As manifestações sintomáticas da inflamação no miocárdio são altamente variáveis, podendo desde não apresentar qualquer sintoma até apresentar de forma intensa e rápida.
O curso mais comum da doença de origem viral acontece com os pacientes tendo infecções, como por exemplo nas vias aéreas, para só depois evoluir para a miocardite.
Os sintomas podem variar de uma pessoa para outra, sendo esses os mais comuns:
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Febre;
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Prostração;
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Dor no corpo;
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Dor torácica;
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Palpitações;
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Sintomas relacionados à insuficiência cardíaca, como: falta de ar, cansaço e inchaço dos membros inferiores.
Como é feito o diagnóstico da miocardite?
Alterações como a miocardite viral são diagnosticadas e tratadas pelo especialista em cardiologia. Dessa forma, é comum que o profissional conduza o diagnóstico da seguinte forma:
“É necessário coletar a história da doença (anamnese) e realizar o exame físico, a fim de elencar as possíveis causas, bem como dimensionar o quão grave a doença se apresenta", explica o médico.
Existem diversos exames complementares não invasivos que podem ser usados para auxiliar na investigação clínica e direcionar o tratamento, como análises laboratoriais (hemograma e troponina, por exemplo) e exames de imagem.
“O diagnóstico definitivo de miocardite é baseado nos achados da biópsia miocárdica, que é realizada através do cateterismo cardíaco, em pacientes selecionados que cursam com as apresentações mais graves da doença", afirma o Dr. Caio.
Qual exame detecta miocardite e pericardite?
Assim como a miocardite, a pericardite também é uma inflamação. A diferença de uma doença para a outra é que enquanto a primeira afeta o músculo cardíaco, a pericardite se desenvolve no pericárdio, o revestimento externo do coração.
“O diagnóstico de pericardite pode ser realizado através da avaliação médica e exames complementares. Preconiza-se que o paciente tem pericardite quando este apresenta mais de um dos seguintes sintomas ou achados: mal-estar, febre, tosse, dor no corpo, diarreia, dor torácica típica, atrito pericárdico, alterações específicas no eletrocardiograma e derrame pericárdico novo ou agravado. Diversos exames complementares podem ser usados no manejo da doença, alguns deles são: eletrocardiograma, ecocardiograma, tomografia e ressonância magnética. "
Tratamentos para miocardite
Não é raro que a inflamação no coração se cure sozinha, mas isso não dispensa a necessidade de cuidados médicos, pois trata-se de um quadro sério que pode evoluir até mesmo para óbito. Nesse sentido, pacientes que desenvolvem miocardite aguda costumam ser encaminhados à internação e tratamento com medicações que ajudam no funcionamento do músculo.
O cardiologista chama atenção para a qualidade de atendimento do Hospital Brasília em toda a linha de cuidados para pacientes com miocardite.
“A miocardite é uma doença potencialmente grave, que ocorre em um órgão muito nobre do nosso organismo, o coração. É preciso estar atento à patologia e aos seus sinais que exigem atenção, para fazermos o diagnóstico precoce e correto. Por isso, é fundamental ter a avaliação de profissionais capacitados, em um hospital que possui todos os recursos necessários para a assistência integral e resolutiva dos casos.", conclui.