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Inchaço nas pernas: condição pode ser temporária ou sintoma de uma doença

O inchaço nas pernas pode ser causado por diversos fatores. O angiologista e o clínico geral estão aptos para fazer uma primeira avaliação.
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Dr. Adriano Galhardo - Cirurgião vascular e endovascular Atualizado em 20/12/2024

Movimentar os membros inferiores e não permanecer muito tempo na mesma posição são medidas simples que ajudam a evitar o edema

O inchaço nas pernas pode surgir em diversas situações. Enquanto em muitos casos é algo simples e passageiro, pode também indicar problemas de saúde mais graves. Por isso, é essencial estar atento aos sinais do corpo e buscar orientação médica quando necessário.

Inchaço nas pernas: o que pode ser?

O inchaço nas pernas ocorre quando há um acúmulo anormal de fluidos no organismo. Isso pode acontecer em qualquer parte do corpo, mas é mais comum nas extremidades, como pernas, pés e tornozelos. Também chamado de edema, o inchaço pode ter intensidade e duração variadas.

Essa condição pode ser temporária, provocada por fatores como excesso de sal na alimentação, permanência prolongada em uma mesma posição (ficar em pé ou sentado por muito tempo, por exemplo) e uso de alguns medicamentos (como determinados antidepressivos, esteroides, anticoncepcionais e medicamentos para hipertensão).

No entanto, o inchaço também pode ser sintoma de alguma doença, como as citadas a seguir.

. Insuficiência venosa crônica: problema circulatório em que as veias das pernas não conseguem bombear o sangue de volta para o coração de maneira eficaz;

. Trombose venosa profunda (TVP): condição em que um coágulo sanguíneo se forma nas veias profundas das pernas e prejudica a circulação do sangue;

. Doenças cardíacas: em quadros de insuficiência cardíaca, por exemplo, o coração não consegue bombear sangue de forma eficiente, acarretando retenção de líquidos;

. Insuficiência renal: quando os rins não conseguem eliminar o excesso de líquidos do corpo, pode haver retenção e inchaço nas pernas;

. Doenças hepáticas: em casos de cirrose e de insuficiência hepática, o fígado não funciona corretamente, o que pode resultar em acúmulo de líquidos;

. Linfedema: doença crônica na qual há problemas na circulação linfática e, consequentemente, acúmulo de linfa nos tecidos;

. Lipedema: doença vascular crônica caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura nas pernas e nos braços.

Para investigar a causa do inchaço nas pernas, além de ser feita uma avaliação física do paciente, podem ser solicitados diversos exames, incluindo exames de sangue (como hemograma), exames de imagem (como ultrassom com doppler), ecocardiograma e exames de urina.

Sintomas do inchaço nas pernas

O inchaço nas pernas geralmente é percebido pelo paciente devido ao aumento do volume dos membros inferiores. Isso pode dificultar o uso de roupas mais justas ou até mesmo de sapatos.

Pode haver ainda sensação de peso e desconforto (dor ou sensibilidade) nas pernas. Em alguns casos, também é possível que a pele da área inchada adquira um tom avermelhado ou arroxeado, sugerindo uma inflamação.

Quando procurar por um médico?

Em geral, recomenda-se buscar atendimento médico quando o inchaço persiste por dias e não desaparece com medidas simples, como elevar as pernas ou descansar. Os principais sinais de alerta que podem indicar um quadro de maior complexidade são:

. Inchaço intenso ou doloroso;

. Vermelhidão ou calor na região do inchaço;

. Inchaço repentino em apenas uma perna sem motivo aparente;

. Febre alta;

. Piora do inchaço.

Além disso, é importante consultar um médico se o indivíduo já tiver um diagnóstico estabelecido (de alguma doença cardiovascular, renal ou hepática, por exemplo) e perceber que as pernas estão inchadas.

Vale ressaltar também que em caso de falta de ar e/ou dor no peito, o ideal é que o paciente seja atendido por um serviço de emergência, pois esses sintomas podem estar associados à insuficiência cardíaca ou à embolia pulmonar, que são doenças graves.

Formas de aliviar o inchaço nas pernas

Manter as pernas elevadas ao deitar-se, com o auxílio de almofadas ou travesseiros, é uma das principais maneiras de amenizar o inchaço nas pernas. Essa é uma posição que favorece o retorno do sangue para o coração.

Exercitar os membros inferiores – mesmo que seja apenas durante uma caminhada – também melhora o fluxo sanguíneo e auxilia a diminuir o edema. Além disso, fazer refeições com pouco sal e optar por roupas mais largas são outras medidas que podem ajudar a aliviar o inchaço e evitar uma piora.

Em quadros mais complexos de edema, que estejam relacionados a problemas de saúde, é fundamental consultar um médico para obter o diagnóstico e o tratamento corretos. O especialista mais adequado para cada caso depende da doença em questão, mas o clínico geral e o angiologista estão aptos a conduzirem uma primeira avaliação.

Formas de prevenir o inchaço nas pernas

Uma das formas mais eficazes de prevenir o inchaço nas pernas é ser fisicamente ativo. A prática regular de atividades físicas é fundamental para estimular a circulação sanguínea e evitar o acúmulo de líquidos nas extremidades. O movimento constante das pernas ajuda a bombear o sangue de volta para o coração, o que reduz a pressão nas veias e melhora o fluxo sanguíneo.

Nesse sentido, outro cuidado relevante é evitar ficar muito tempo na mesma posição, seja sentado ou em pé. Permanecer na mesma postura por longos períodos dificulta a circulação e pode levar ao inchaço. Para quem precisa ficar sentado por muitas horas, é recomendado fazer pequenas pausas a cada 30 ou 60 minutos, levantando-se e caminhando um pouco ou fazendo exercícios de alongamento. Já para quem passa muito tempo em pé, é aconselhável alterar a posição das pernas periodicamente.

Manter uma hidratação adequada e uma alimentação equilibrada também é importante, pois ajuda a evitar o excesso de sódio no organismo e a retenção de líquidos.

Por fim, cabe ressaltar que o uso de meia elástica compressiva pode contribuir para a prevenção do inchaço, principalmente no caso de pessoas que têm varizes ou problemas circulatórios. No entanto, esse uso deve ser feito somente se houver orientação médica, pois existem situações nas quais a meia de compressão é contraindicada (como no caso de alguns tipos de insuficiência cardíaca e de lesões de pele).

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Dr. Adriano Galhardo

Cirurgião vascular e endovascular
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Dr. Adriano Galhardo

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