A esclerose múltipla (EM) é uma doença que atinge o sistema nervoso central, principalmente, o cérebro, o tronco cerebral, os nervos ópticos e a medula espinhal. De acordo com o Ministério da Saúde, em todo o mundo, cerca de 2,8 milhões de pessoas convivem com a alteração, sendo 40 mil só no Brasil.
Visto que ainda há muita desinformação sobre o tema, convidamos a Dra. Priscilla Proveti, neurologista do Hospital Brasília Unidade Águas Claras, para falar sobre os principais aspectos da doença, incluindo os sintomas de esclerose múltipla e os tratamentos disponíveis.
O que é esclerose múltipla?
A esclerose múltipla é uma doença crônica, autoimune, desmielinizante do sistema nervoso central. Isso significa que o nosso sistema imunológico, que é responsável por combater agentes externos como vírus e bactérias, ataca a bainha de mielina (por isso desmielinizante) dos neurônios. Essa estrutura funciona como a capa de um fio elétrico. Quando perdida, acaba ocasionando danos na função do neurônio.
Essa enfermidade é mais comum em mulheres brancas, e o principal grupo etário atingido é o de pessoas entre 20 e 40 anos. Outra forte característica da EM é a imprevisibilidade das crises.
Quais são as causas da esclerose múltipla?
Segundo a especialista, a causa da doença ainda não está totalmente elucidada, porém, múltiplos fatores ambientais e genéticos estão associados à doença. Entre eles, a infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV) – um tipo de herpes –, que causa a inflamação conhecida como doença do beijo. Além disso, podemos destacar a falta de exposição à luz solar com consequente redução de vitamina D e a menor exposição a bactérias e parasitas durante a infância, que leva à alteração na maturação do sistema imunológico.
Quais são os primeiros sintomas?
No começo, os sintomas de esclerose múltipla costumam ser bastante sutis e esporádicos e podem cessar repentinamente depois de cerca de sete dias. Esse vaivém acaba impedindo o diagnóstico precoce, pois a tendência é que o paciente não busque ajuda profissional, já que as manifestações somem sozinhas. Nessa fase, os principais indícios são: vista levemente embaçada e certa dificuldade de controlar a urina. À medida que o quadro evolui, o paciente também pode apresentar:
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fraqueza;
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formigamento nas pernas ou em um lado do corpo;
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visão dupla (diplopia);
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dor ou queimação na face (nevralgia do trigêmeo);
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desequilíbrio;
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tremor;
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problemas de memória e atenção;
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alterações do humor, depressão e ansiedade;
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alterações sexuais: disfunção erétil em homens e diminuição da lubrificação vaginal nas mulheres;
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dificuldade para controlar os esfíncteres (canais pelos quais eliminamos fezes e urinas).
Infelizmente, a esclerose múltipla não tem cura. Porém, a Dra. Priscilla ressalta que, com o tratamento adequado, é possível diminuir a frequência dos surtos e conquistar mais qualidade de vida e bem-estar.
“Quanto mais cedo ocorrer a detecção do transtorno, mais rápido será o início do acompanhamento médico. Por isso, caso apresente uma das manifestações mencionadas acima, consulte um neurologista”, recomenda a especialista.
Como é o tratamento da esclerose múltipla?
O tratamento da esclerose múltipla tem três bases principais: tratamento do surto, de manutenção e sintomático.
“O tratamento do surto é feito, principalmente, com corticoides em altas doses, com duração de três a cinco dias. Enquanto isso, o tratamento de manutenção é o que realmente impede a progressão da doença, já que controla o processo inflamatório. Existem diversos medicamentos disponíveis para a terapêutica, sendo os imunomodulares e os imunossupressores os principais. Já o tratamento sintomático consiste em controlar possíveis sequelas e sintomas, como a fadiga e a incontinência urinária”, explica a neurologista.
O grande objetivo do acompanhamento é, ao longo dos anos, reduzir a frequência das crises inflamatórias que provocam os sintomas. Além do uso de medicações, a neurorreabilitação é de suma importância para tratar sequelas e alterações cognitivas da doença. O acompanhamento multidisciplinar com fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psiquiatra, psicólogo também é essencial.
“Em paralelo, o acompanhamento psicológico ajuda o paciente a entender sua nova realidade e o incentiva a se reinventar dentro desse contexto. Cuidar da autoestima desse indivíduo impacta a imagem que ele tem de si mesmo e sua autoconfiança”, conclui a médica.
Centro Médico Águas Claras: tecnologia aplicada ao cuidado
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