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Epilepsia: o que é, o que fazer durante as crises, como evitá-las e qual o tratamento?

Com a abordagem terapêutica adequada, a frequência de episódios convulsivos pode ser reduzida
HAC
Equipe Hospital Águas Claras - Corpo Clínico Atualizado em 23/05/2022

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 50 milhões de pessoas vivem com epilepsia, quadro que se caracteriza por uma alteração cerebral que pode decorrer de más-formações congênitas, infecções, lesões locais, traumatismo craniano ou abuso de drogas e álcool. Felizmente, com o tratamento adequado, é possível controlar as crises e garantir boa qualidade de vida para o paciente.

Epilepsia: o que é?

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A epilepsia é uma alteração crônica do funcionamento do cérebro que se caracteriza por episódios recorrentes de crises epiléticas, que são alterações temporárias do funcionamento dos neurônios que produzem reações involuntárias no comportamento, no controle muscular, na consciência e na sensibilidade do paciente.

Essa condição pode ser provocada por lesões no cérebro, como aquelas oriundas de pancadas na cabeça, doenças parasitárias, como neurocisticercose (popularmente conhecida como “ovos de solitária" no cérebro), abuso de álcool ou drogas e infecções, como a meningite, por exemplo. Vale ressaltar que, apesar de reincidentes, os episódios de epilepsia são temporários e reversíveis.

“A epilepsia pode ter início em qualquer fase da vida, sendo mais comum nos extremos da idade (infância e velhice)", afirma a Dra. Liliane Ângela de Oliveira, neurologista do Hospital Brasília Unidade Águas Claras.

Epilepsia: tipos de crise

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As crises epiléticas podem se manifestar de diferentes formas. Segundo a especialista, os principais sintomas incluem:

  • convulsões – envolvem espasmos e contrações musculares em todo o corpo, salivação, respiração ofegante, mordedura de língua e perda de urina e fezes;

  • crises de ausência – nesses episódios, o paciente fica com o olhar fixo e permanece em silêncio;

  • crises parciais simples – causam distorções da percepção de si mesmo e/ou perda temporária do controle dos próprios movimentos;

  • crises parciais complexas – provocam a perda da consciência.

O diagnóstico da epilepsia é realizado com base na análise do histórico do paciente, levando em conta a data do início dos sintomas, informações sobre os episódios de crise e se há casos de epilepsia na família. O médico neurologista também pode solicitar exames complementares, como eletroencefalograma, tomografia de crânio e ressonância magnética do cérebro.

Quais os tipos de epilepsia?

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A epilepsia pode se manifestar de formas distintas. A seguir, confira alguns tipos.

Epilepsia gelástica

A epilepsia gelástica ganhou espaço no universo dos quadrinhos e do cinema com o personagem Coringa, cuja marca registrada são os ataques de riso repentinos e incontroláveis. Esse distúrbio é mais comum entre pessoas jovens e tem relação com a presença de tumores benignos no hipotálamo (região do encéfalo que regula a temperatura, o apetite, a sede e o ciclo do sono) chamados hamartomas hipotalâmicos. 

Epilepsia fotossensível

Nos últimos anos, muitos filmes e séries têm emitido – antes do início da obra – alertas sobre possíveis desconfortos e convulsões consequentes da grande frequência de imagens e luzes piscantes.

Mesmo as pessoas que não têm diagnóstico para tal quadro, podem ter reações a esses estímulos ambientais. Nesse sentido, a crise de epilepsia fotossensível ocorre porque o padrão de luzes causa um aumento repentino nas atividades das células nervosas do córtex cerebral.

Epilepsia refratária

A neurologista explica: “A epilepsia refratária ocorre quando temos dificuldade em conseguir um controle adequado das crises com medicamentos. Nesses casos, o paciente pode ser encaminhado para avaliar a possibilidade de realização de algum procedimento neurocirúrgico para controlar as crises."

Epilepsia focal

Os episódios de epilepsia focal atingem apenas uma área do cérebro. Também chamadas de crises parciais, as crises focais têm dois tipos principais:

  • simples – provoca alterações no cheiro e no sabor e causa movimentos involuntários em determinadas partes do corpo, tontura e formigamento, entretanto, não há perda de consciência;

  • complexas – nesse caso, o paciente apresenta alteração nos níveis de consciência, como dificuldade em interagir com o ambiente no qual está inserido e repetição de movimentos.

Quais os riscos de se ter uma crise epilética?

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Segundo a Dra. Liliane, no caso das crises epiléticas com perda de consciência (crises convulsivas e crises parciais complexas), o paciente pode ser exposto a situações que envolvem risco de morte, como quedas com traumatismo craniano, acidentes automobilísticos e queimaduras graves, por exemplo.

Epilepsia infantil: o que fazer?

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“As crianças que apresentarem crises epiléticas (com ou sem febre) devem sempre ser avaliadas por um neuropediatra. O médico realizará a investigação da causa da epilepsia e orientará qual o melhor tratamento para cada caso", recomenda a médica.

O que fazer para ajudar alguém com crise convulsiva?

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Ao presenciar uma crise de epilepsia, a primeira medida a ser tomada é esvaziar o espaço a fim de evitar que a pessoa se machuque. Depois disso, siga o seguinte passo a passo:

  • deite-a de lado e proteja a cabeça dela, colocando uma almofada embaixo;

  • afrouxe as roupas, pois, assim, ela vai respirar melhor;

  • em hipótese alguma coloque algo na boca da pessoa, nem tente segurar a língua dela.

As convulsões costumam durar cinco minutos mais ou menos. Caso dure mais do que isso, acione o serviço de emergência e, no caso de crianças, dirija-se até um pronto-socorro pediátrico.

Já com a situação controlada, o mais indicado é consultar um neurologista ou neuropediatra para dar início ao tratamento da epilepsia, que pode ser realizado por meio do uso de medicamentos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais que dão origem às crises.

O Serviço de Neurologia do Hospital Brasília reúne tudo de que o paciente necessita: equipamentos de alta tecnologia e um corpo clínico capacitado para o tratamento de qualquer doença neurológica. Distúrbios do sistema nervoso (cérebro, medula, nervos e músculos) são diagnosticados, tratados e acompanhados por um time de neurologistas com várias subespecialidades, o que faz toda a diferença ao se lidar com uma área tão complexa quanto a neurologia.

Além de oferecer tratamento para todas as doenças neurológicas – incluindo as mais comuns, como dores de cabeça, problemas de memória e epilepsia –, o Serviço de Neurologia do Hospital Brasília é especializado na terapêutica de distúrbios neurológicos considerados urgentes, como AVC, síndromes de paralisia (como a síndrome de Guillain-Barré), síndromes desmielinizantes, neurites e meningites. Para mais informações e agendamentos, entre em contato conosco pelo número (61) 3052-4600.

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