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Dia Mundial da Obesidade: causas sintomas e o alerta sobre uma pandemia negligenciada

Atualmente, a obesidade afeta 600 milhões de adultos e 100 milhões de crianças no mundo
HAC
Equipe Hospital Águas Claras - Corpo Clínico Atualizado em 04/03/2021

Durante o ano de 2020, muitas pessoas falaram sobre a pandemia da Covid-19, no entanto, há também outra pandemia que faz milhares de vítimas pelo mundo: a obesidade. O tema é lembrado no dia 4 de março, marcado como o Dia Mundial da Obesidade. A data serve para conscientizar a população e incentivar a busca de soluções para essa condição que atinge cada vez mais pessoas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade afeta 600 milhões de adultos e 100 milhões de crianças ao redor do mundo. Ela tem características crônica, progressiva e recidivante (pode voltar a acontecer depois de um tempo de tratamento). “É uma doença incapacitante também, visto que a pessoa que enfrenta esse quadro fica com dificuldades para exercer suas atividades diárias", explica a Dra. Jamilly Drago, endocrinologista do Hospital Brasília Unidade Águas Claras. Além disso, infelizmente, muitas pessoas ainda relativizam os riscos que ela gera à saúde, mas aqui você vai descobrir por que deveríamos estar mais atentos a ela e como a combinação Covid-19 e obesidade é um risco grave.

O que caracteriza a obesidade?

Obesidade é o acúmulo de gordura no corpo causado pelo consumo excessivo de calorias na alimentação. Significa dizer que a pessoa acaba ingerindo muita fonte de energia que depois o corpo não consegue gastar integralmente nas atividades exercidas ao longo do dia. 

Esse quadro é resultado de uma série de fatores que incidem diretamente no estilo de vida de cada pessoa. Em geral, são hábitos não saudáveis ou problemas no próprio organismo que levam a essa condição. A obesidade pode ser consequência de problemas hormonais, fatores genéticos, metabólicos e psicológicos. Ou seja, não é mera questão estética, ela tem raízes profundas que levam a alterações funcionais, comportamentais e, sobretudo, converte-se em doenças ainda mais prejudiciais.  

 

Quais são as causas da obesidade?

Em alguns casos, a obesidade pode estar diretamente ligada aos sintomas de algumas doenças. No entanto, na maior parte dos casos, ela é consequência de:

• sedentarismo – a rotina pessoal é pouco ativa e desproporcional à quantidade de calorias ingerida;

• alimentação não saudável – o consumo excessivo de alimentos com alto teor calórico, principalmente quando associado ao sedentarismo, impede que o corpo aplique toda a energia produzida, gerando sobrepeso.

Mas não é só isso: há também os fatores de risco que agem de forma particular no quadro de cada pessoa obesa, como fator genético, idade, aspecto psicológico, gravidez, efeito colateral de medicamentos e substâncias químicas. “Já se identificou um gene, que se expressa na região do hipotálamo, que influencia a sensação de saciedade. Porém, também sabemos que, mesmo que haja predisposição genética, os fatores ambientais e os hábitos alimentares interferem de forma importante nesse quadro", continua a médica.

Sintomas da obesidade

Os sintomas da condição, na verdade, são efeitos recorrentes que, ao longo do tempo, podem provocar ainda mais agravos ao bem-estar da pessoa. Principalmente, os relativos à gradação do próprio quadro de obesidade.

Alguns dos efeitos são cansaço, suor excessivo e dores musculares, sobretudo, na coluna e nas pernas. Estes são efeitos diretos e perceptíveis ao paciente. No entanto, há outras condições que também vão sendo percebidas ao longo da acentuação do quadro. É o caso da redução da libido, baixa autoestima e redução no desempenho sexual. Por fim, a obesidade também é responsável por ocasionar doenças como diabetes, câncer e problemas cardiovasculares. “Somado a isso, temos uma grande dificuldade enfrentada pelas pessoas obesas que é a discriminação. Só recentemente tem se falado em 'gordofobia', mas há muitos anos, mesmo após o reconhecimento da obesidade como doença, se associa à pessoa obesa o estigma de preguiçoso ou comilão, o que causa grande sofrimento nesses indivíduos", pondera a Dra. Jamilly.

Categorias I, II e III

Existem algumas classificações em relação à obesidade. A primeira delas diz respeito à localização da gordura:

  • homogênea – é aquela gordura que se acumula de modo equilibrado pelo corpo, isto é, tanto na parte superior como inferior dos membros;

  • androide – é a gordura que se deposita na região abdominal e torácica, predominante no sexo masculino, mas também comum em mulheres após a menopausa. Essa categoria apresenta alto risco para complicações cardiovasculares;

  • ginecoide – muitas pessoas associam esse tipo de gordura ao formato de uma pera, pois o acúmulo acontece na região inferior, como nádegas, quadril e coxas. Ela costuma ser mais comum no sexo feminino e tem correlação com o surgimento de artrose e varizes.

Graus da obesidade

A segunda forma de categorizar a obesidade é de acordo com o Índice de Massa Corporal (IMC). Ele é calculado dividindo o peso total da pessoa pela sua altura elevada ao quadrado. Essa fórmula serve para determinar o quanto a pessoa está acima do peso.

Os índices indicam:

abaixo de 17 – muito abaixo do peso;

entre 17 e 18,4 – abaixo do peso;

entre 18,5 e 24,9 – peso normal;

entre 25 e 29,9 – acima do peso;

entre 30 e 34,9 – obesidade I;

entre 35 e 39,9 – obesidade II (severa);

acima de 40 – obesidade III (mórbida).

Obesidade grau 1

Sinal vermelho que costuma vir acompanhado de fadiga, dores musculares e limitações de movimentos. O trio de tratamento para esse estágio é: dieta, exercício físico e, em alguns casos, medicação. O quadro é, sobretudo, fruto de um estilo de vida consolidado ainda na infância. São hábitos que, geralmente, configuram a obesidade infantil, mas que são facilmente negligenciados nessa faixa etária. Portanto, tratar a obesidade na infância é prevenir a progressão do distúrbio na fase adulta. Agir ainda nesse grau da doença é evitar um tratamento doloroso e restritivo em um futuro próximo.

Obesidade grau 2

Os sintomas da obesidade passam a ser ainda mais acentuados e comprometem o bem-estar físico e psicológico do paciente. Estão associados a doenças articulares, hipertensão, diabetes mellitus, cânceres, infarto agudo do miocárdio e AVC (Acidente Vascular Cerebral).

A rotina alimentar e a prática de exercícios são a abordagem prescrita para qualquer pessoa, seja como prevenção à obesidade, seja como tratamento. No entanto, a obesidade grau II, além da dieta alimentar, exige a entrada de medicação apropriada para o paciente e até mesmo intervenção cirúrgica. A cirurgia bariátrica é uma das opções cirúrgicas geralmente indicadas pelos médicos. A terapia cuida do paciente de forma integral, por meio de uma equipe médica que orienta vias cirúrgicas ou medicamentos especializados contra a obesidade mórbida. Em geral, as pessoas obesas no grau II da doença devem encarar a questão como um sério risco à saúde. 

Obesidade grau 3

Por fim, o estágio que se considera um quadro ainda mais complexo é o da obesidade mórbida. Ele tem esse nome porque reflete diretamente na expectativa de vida do paciente. As patologias associadas a esse grau de obesidade são distúrbios hormonais, cardiopatias, morte súbita e insuficiência venosa. Porém, é importante dizer que a OMS adverte que a obesidade grau III é considerada a principal causa de morte evitável do mundo. Ou seja, muitas vezes ela é fruto da negligência do paciente ao longo da vida, seja banalizando a doença, seja sucumbindo aos insucessos de mudar o comportamento em fases anteriores. Por isso, nesse estágio, são de extrema importância um diagnóstico e um acompanhamento médico para redução dos graves danos dessa condição. 

 

Obesidade e Covid-19: o choque entre as pandemias

Nos meses de combate à Covid-19, muito se falou sobre os riscos da junção entre obesidade e coronavírus. Descobertas importantes acerca do vírus constataram que pessoas obesas eram mais propensas ao agravamento do quadro da doença. Ao lado dos idosos, hipertensos e diabéticos, a população obesa foi incluída no grupo de risco para a Covid-19. Para eles, o vírus tem 50% mais chances de ser fatal.

Isso porque a obesidade, como apontado no tópico acima, acarreta uma série de outras doenças e distúrbios que debilitam o organismo ao longo do tempo. Além disso, ela também dificulta os métodos de atendimento da Covid-19, como a intubação. E, infelizmente, muitos hospitais carecem dos instrumentos apropriados para o atendimento de pessoas obesas, como macas e máquinas de exames por imagem. 

Educação alimentar: prevenção e tratamento

Embora haja um enorme esforço dos órgãos de saúde e de movimentos sociais pela compreensão dos múltiplos aspectos da obesidade, o melhor remédio para ela ainda é preventivo. Começa com a admissão dos perigos da obesidade infantil que, de acordo com dados da OMS, já atingem 100 milhões de crianças no mundo. Ela costuma ser o primeiro passo em direção ao agravamento da doença na maturidade em razão da consolidação de hábitos não saudáveis. São condutas cotidianas vistas como irreversíveis e que ocasionam uma enorme resistência dos pacientes ao tratamento. Portanto, os cuidados em relação à obesidade passam primordialmente pelo reconhecimento da doença e, depois, pelo comprometimento com mudanças, muitas vezes radicais, no estilo de vida.

No entanto, esse desafio deve ser acompanhado por uma equipe médica. Você não precisa encarar essa trajetória sozinho. A orientação de nutricionistas, endocrinologistas, cardiologistas e tantas outras especialidades é ótima aliada para seu planejamento cotidiano. Além disso, a ajuda profissional reduz as chances de tentativas frustradas que possam acentuar as dificuldades com o tratamento. 

Equipe multidisciplinar para atendimento

O Hospital Brasília Unidade Águas Claras possui atendimento e exames adequados para quem procura acompanhamento médico para quadros de obesidade. Faça seu agendamento pelo número 4020-0057 e comece hoje mesmo os cuidados com você!

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