Tumor maligno atinge o intestino grosso e pode gerar, entre outros sintomas, alteração do hábito intestinal.
O câncer de cólon é um dos tipos de câncer mais frequentes no Brasil. Muitas vezes, ele se desenvolve a partir de pólipos – lesões benignas capazes de se malignizar. Entre as medidas que ajudam a prevenir a doença, está a realização da colonoscopia, que possibilita a remoção de lesões precursoras do câncer. Esse exame também viabiliza a detecção de tumores malignos assintomáticos, favorecendo o diagnóstico precoce.
Câncer de cólon: o que é?
O câncer é uma doença caracterizada pelo crescimento de células anormais, sendo resultado de uma falha no mecanismo de autorregulação do corpo – que não as elimina como deveria e, assim, permite a sua multiplicação desordenada. Quando isso ocorre nas células do intestino grosso, configura-se o câncer de cólon.
O que é e qual a função do cólon?
O cólon corresponde à parte final do intestino, chamada também de intestino grosso. Sua função principal é absorver água, retirando os líquidos da secreção intestinal e transformando-a no bolo fecal.
Fatores de risco
A maioria dos casos de câncer de cólon tem uma associação direta com estilo de vida. Entre os fatores que podem aumentar o risco para esse tipo de tumor maligno, estão:
-
Ingesta grande de alimentos processados e ultraprocessados;
-
Ingesta grande de carne vermelha;
-
Baixa ingesta de fibras (como leguminosas e frutas, que ajudam a proteger o intestino);
-
Tabagismo;
-
Consumo de álcool.
Embora o câncer de cólon esteja fortemente relacionado a hábitos de vida, outros aspectos podem influenciar o desenvolvimento dessa doença, incluindo genética, obesidade e doenças inflamatórias intestinais (como doença de Crohn e retocolite ulcerativa).
Sintomas do câncer de cólon
Os sintomas nem sempre surgem nas fases iniciais. Além disso, eles variam de acordo com a localização exata do tumor – que pode estar no cólon ascendente, no cólon transverso ou no cólon sigmoide. Mas, em geral, as manifestações clínicas mais comuns são:
-
Alteração do hábito intestinal (por exemplo, antes o indivíduo evacuava uma ou duas vezes ao dia, mas, com o desenvolvimento da doença, passa a ter intervalos maiores, de dois ou três dias);
-
Alteração no controle durante a evacuação (necessidade de evacuar várias vezes e aos poucos);
-
Sangramento nas fezes (que pode ser vermelho vivo ou ter aparência de borra de café);
-
Emagrecimento sem motivo aparente;
-
Dor abdominal.
Qual médico devo procurar?
O oncologista é o médico que acompanha pacientes com câncer, mas o gastroenterologista e o proctologista também são capazes de detectar tumores no intestino.
Como é feito o diagnóstico?
O câncer de cólon é diagnosticado pela colonoscopia. Nesse procedimento, introduz-se um tubo flexível com câmera pelo ânus do paciente, o que permite visualizar o intestino grosso e identificar lesões, que podem ser retiradas para biópsia.
É possível encontrar, por exemplo, pólipos. Esse tipo de alteração costuma ser benigna, mas também pode se tornar maligna no futuro – ou seja, pode ser precursora de câncer de cólon. Por isso, os pólipos são removidos durante a colonoscopia, com o intuito de evitar que deem origem a um tumor maligno.
Em algumas situações, podem ser solicitados mais exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética, para averiguar se as lesões se espalharam para outras áreas do organismo.
Formas de tratamento para o câncer de cólon
Boa parte dos casos de câncer de cólon são tratados por cirurgia, podendo trazer a cura definitiva. Outras abordagens terapêuticas comumente utilizadas incluem quimioterapia e radioterapia.
A escolha do tratamento mais adequado depende do estágio da doença e das características do paciente. Se o tumor estiver restrito à parte interna do cólon, há a possibilidade de removê-lo por colonoscopia ou, se necessário, por meio de uma intervenção cirúrgica mais complexa. Também pode ser associada a quimioterapia antes ou depois do procedimento.
Se o tumor tiver atravessado a parede do cólon e se espalhado para outros tecidos, pode ser indicada uma cirurgia para retirar a parcela acometida do cólon (colectomia parcial), bem como quimioterapia, imunoterapia ou radioterapia.
Além disso, vale mencionar que existem vários estudos em andamento ao redor do mundo, visando oferecer, futuramente, novas opções de tratamento aos pacientes com câncer de cólon. Há, por exemplo, uma pesquisa que combina duas drogas (LB-100 e inibidores da proteína WEE1) para estressar e, em seguida, atacar as células tumorais, assim impedindo sua proliferação. Esse mecanismo, que difere daquele visto em tratamentos convencionais, tem obtido resultados promissores — porém ainda precisa passar por mais testes.
E se o câncer voltar?
É fundamental manter o acompanhamento médico após a finalização do tratamento. Comparecer a consultas regulares permite a detecção de eventuais recidivas, ou seja, do retorno do câncer de cólon. Isso pode acontecer devido a uma série de fatores, acometendo o mesmo local onde o tumor se originou (recidiva local), os linfonodos próximos da região em que o câncer surgiu da primeira vez (recidiva regional) ou outra parte do corpo (recidiva à distância).
Cada situação tem suas particularidades e deve ser avaliada individualmente, mas, em geral, quadros de recidiva também costumam ser tratados com cirurgia e quimioterapia ou radioterapia.
É possível prevenir o câncer de cólon?
Sim, o câncer de cólon é considerado prevenível. Como esse tumor maligno apresenta associação relevante com o estilo de vida, é importante adotar hábitos saudáveis:
-
Praticar atividades físicas com regularidade;
-
Manter uma dieta rica em fibras, dar preferência a carnes brancas e evitar a ingesta excessiva carnes vermelhas;
-
Evitar o consumo exacerbado de bebidas alcoólicas;
-
Cessar ou evitar o tabagismo.
Também recomenda-se a realização da colonoscopia a partir dos 45 anos. Se houver histórico familiar de câncer de cólon ou síndromes polipoides, a indicação pode ser mais precoce.
É importante consultar um médico que possa conduzir uma avaliação individual e orientar com qual periodicidade a colonoscopia deve ser feita em cada caso (geralmente, o exame é repetido a cada 5 anos, mas esse intervalo pode diminuir se forem encontradas alterações suspeitas).